sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Texto preparado pelo Padre Adilson

Segue abaixo um texto que nosso Pároco preparou sobre a catequese, espero que todos aproveitem o material!:

Formação de Catequista de 2011
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai.” Jo 15,15

NATUREZA DA CATEQUESE
39.  A catequese é, em primeiro lugar, uma ação eclesial: a igreja transmite a fé que ela mesma vive, e o catequista é um porta-voz da comunidade e não de uma doutrina pessoal (cf. CR 145). Ela transmite o tesouro da fé (traditio) que, uma vez recebido, vivido e crescido no coração do catequizando, enriquece a própria igreja (redditio).
 Ela, ao transmitir a fé, gera filhos pela ação do Espírito Santo e os educa maternalmente (cf. DGC 78-79). A catequese faz parte do ministério da palavra e do profetismo eclesial. O catequista é um autêntico profeta, pois  pronuncia a palavra de Deus, na força do Espírito Santo, fiel à pedagogia divina, a catequese ilumina e revela o sentido da vida.
Em sua origem, o termo catequese  diz respeito à proclamação da Palavra: termo se liga a um verbo que significa fazer ecoar (Kat-ekhéo). De fato, a catequese tem por objetivo último fazer escutar e repercutir a Palavra de Deus (CR31)
João Paulo II dá a noção mais completa quando diz que a catequese é uma educação da fé as crianças, dos jovens e dos adultos , a qual compreenda especialmente um ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com o fim de os iniciar na plenitude da vida cristã. (CT 18)
CARACTERSTICAS DA CATEQUESE
40.  A catequese possui algumas características fundamentais:
a)  ser um aprendizado dinâmico da vida cristã, uma iniciação integral que favoreça o seguimento de Jesus Cristo;
b)  fornecer uma formação de base essencial, centrada naquilo que constitui o núcleo da experiência cristã (a fé, a celebração e a vivência da páscoa de Jesus), lançando os fundamentos do edifício  espiritual do cristão (cf. 1Cor 3,10-18; is 28,16; 1Pd 2,4; 2Cor 6,16);
c)  possibilitar a incorporação na comunidade cristã: nela, a catequese vai além do ensino, põe em prática a dinâmica do encontro com Jesus Cristo vivo e da experiência do Evangelho, celebra e alimenta a fé nas celebrações e na liturgia;
d)  proporcionar formação orgânica e sistemática da fé;
e)  desenvolver o compromisso missionário, inerente à ação do Espírito Santo, para o estabelecimento do reino de Deus no coração das pessoas, em suas relações interpessoais e na organização da sociedade;
f)  fomentar o diálogo com outras experiências eclesiais (ecumenismo), religiosas (diálogo in-
ter-religioso) e com o mundo, testemunhando a convivência fraterna com o diferente;
g)  despertar o compromisso com a ação socio-transformadora à luz da palavra de Deus e dos ensinamentos da igreja.
41. por ser educação orgânica e sistemática da fé, a catequese se concentra naquilo que é comum para o cristão, educa para a vida de comunidade, celebra e testemunha o compromisso com Jesus. Ela exerce, portanto, ao mesmo tempo, as tarefas de iniciação, educação e instrução (cf. DGC 68). É um processo de educação gradual e progressivo, respeitando os ritmos de crescimento de cada um.
42.  A catequese possui forte dimensão antropológica. E, por isso, ela precisa assumir as angústias e esperanças das pessoas, para oferecer-lhes as possibilidades da libertação plena trazida por Jesus Cristo. Nessa perspectiva, as situações históricas e as aspirações autenticamente humanas são parte indispensável do conteúdo da catequese. Elas devem ser interpretadas seriamente, dentro de seu contexto, a partir das experiências vivenciais do  povo de Israel, à luz de Cristo e na comunidade eclesial, na qual o Espírito de Cristo ressuscitado vive e opera continuamente (cf. Medellín, Cat. 6; CR 70, 116).
2.2. A Palavra de Deus, fundamento da catequese
A Sagrada Escritura e a Tradição são as fontes da catequese.
A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto é redigida sob a moção do Espírito Santo (cf. DV 9). A Sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos para que, sob a luz do Espírito da Verdade, eles por sua pregação fielmente a conservem, exponham e difundam; resulta assim que não é através da Escritura apenas que a igreja deriva sua certeza a respeito de tudo o que revelado (cf. DV 9). “A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só sagrado depósito da  palavra de Deus, confiado à Igreja” (DV 10, 1). O ofício de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo da  igreja, cuja autoridade, exercida em nome de Jesus Cristo, não está acima da Deus na Sagrada Escritura falou através de homens e mulheres, e de modo humano. A catequese tem como tarefa proporcionar a todos o entendimento claro e profundo de tudo o que Deus nos quis transmitir: investigar com seriedade e entender o que os escritores sagrados escreveram para manifestar o que Deus nos quer falar. É importante conhecer as circunstâncias, o tempo, a cultura, os modos de se expressar para comunicar. O mais importante para esse entendimento da palavra de Deus e sua vivência é ler a Sagrada Escritura naquele mesmo Espírito em que foi escrita: é o Espírito Santo quem ajuda a apreender com exatidão o sentido dos textos sagrados e seu conteúdo (cf. DV 12).
27.  A catequese é um dos meios pelos quais Deus continua hoje a se manifestar às pessoas. Ela atualiza a revelação acontecida no passado. O catequista experimenta a palavra de Deus em sua boca, à medida que, servindo-se da Sagrada Escritura e dos ensinamentos da igreja, vivendo e testemunhando sua fé na comunidade e no mundo, transmite para seus irmãos essa experiência de Deus. “A fidelidade a Deus se expressa na catequese como fidelidade à palavra outorgada em Jesus Cristo. O catequista não prega a si mesmo, mas a Jesus Cristo, sendo fiel à palavra e à integridade de sua mensagem” (P 954). Ele é também um profeta, pois faz ecoar a palavra de Deus na comunidade, tornando-a compreensível. Catequese (katá-ekhein, em grego) significa ressoar; a igreja dá-lhe o sentido de ressoar a Palavra de Deus hoje (cf. CR 31)
4.3. Finalidade da catequese
43.  A finalidade da catequese é aprofundar o primeiro anúncio do Evangelho (Querigma): levar o catequizando a conhecer, acolher, celebrar e vivenciar o mistério de  Deus , manifestado em Jesus Cristo, que nos revela o pai e nos envia o Espírito Santo. Conduz à entrega do coração a Deus, à comunhão com a igreja, corpo de Cristo (cf. DGC 80-81; Catecismo 426-429), e à participação em sua missão.
44.  A dimensão eclesial é essencial à fé cristã (cf. LG 9): cada batizado professa individualmente a fé, explicitada no Credo apostólico chamado “Símbolo”, pois manifesta a identidade de nosso compromisso cristão. Mas cada um recebe, professa, alimenta  e vive essa fé na igreja e através dela. “O Creio e o Cremos se implicam mutuamente. Ao fundir a sua confissão com a confissão da Igreja, o cristão  é incorporado à sua missão:  ser sacramento de Salvação para a vida do mundo. quem proclama a profissão de fé assume compromissos que, não poucas vezes, atrairão a perseguição. Na história cristã, os mártires são os anunciadores e as testemunhas por excelência” (DGC 83).

A Autenticidade da Catequese
A catequese  só será autentica, se ao mesmo tempo , observa a fidelidade a Deus , à Igreja e ao homem.
Fidelidade a Deus:  o catequista não anuncia a si mesmo, mas a Jesus Cristo sendo fiel à sua Palavra e à integridade de sua mensagem. A catequese deve se guiar pela revelação assim como a transmite o magistério da Igreja ( Papa e os bispo em comunhão com o mesmo).
Fidelidade à Igreja: A presença de Jesus na história é inseparavelmente da presença da Igreja que a evangeliza (CR 203). A Igreja é o sacramento de salvação. Quem rejeita a Igreja, também rejeita a Cristo. O catequista que vai em missão em nome de Cristo sabe que ele, com seu trabalho, está continuamente a edificar a comunidade e a transmitir a imagem da Igreja.
Fidelidade ao Homem
Como a salvação de Jesus Cristo atingiu o homem na sua realidade concreta, a catequese deve iluminar com a Palavra de Deus as situações humanas e os acontecimentos da vida para neles fazer descobrir a presença ou ausência de Deus.
4.5. A comunidade: fonte, lugar e meta da catequese
51.  Jesus deixou na história uma comunidade viva, a Igreja, para dar continuidade à sua missão salvífica. Paulo a define como “uma carta de Cristo, redigida por nosso intermédio, escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, os corações!” (2Cor 3,3). A comunidade eclesial conserva a memória  de Jesus, suas palavras e gestos, particularmente os sacramentos, a oração, o compromisso com o reino, a opção pelos pobres. Nela se originam diferentes modelos de santidade, espiritualidade, transformação cristã da civilização e da cultura (cf. CR 57-58). Por isso, o lugar ou ambiente normal da catequese é a comunidade eclesial. Onde há uma verdadeira comunidade cristã, ela se torna uma fonte viva da catequese, pois a fé não é uma teoria, mas uma realidade vivida pelos membros da comunidade. Nesse sentido ela é o verdadeiro  audiovisual da catequese. por outro lado, ao educar para viver a fé em comunidade, esta se torna, também, uma das metas da catequese. O verdadeiro ideal da catequese é desenvolver o processo da educação da fé, através da interação de três elementos: o catequizando, a caminhada da comunidade e a mensagem evangélica (cf. CR iV parte; cf. abaixo 155 e 185). quando não há comunidade, os catequistas, obviamente, ajudam a construí-la (cf. CR 311-316).
A quem compete a catequese?
Toda a Igreja é responsável pela transmissão da Palavra de Deus. Os membros da Igreja têm responsabilidade diferentes de acordo com a missão que desempenham dentro do Corpo de Cristo. Em primeiro lugar ao Papa e os bispos, Padres, religiosos e religiosas e por fim os leigos.
4.6. Tarefas da catequese
53.  Em virtude de sua própria dinâmica interna, a fé precisa ser  conhecida, celebrada, vivida e cultivada na oração. E como ela deve ser vivida em comunidade e anunciada na missão, precisa ser compartilhada,  testemunhada e  anunciada. A catequese tem, portanto, as seguintes tarefas (cf. DGC 85-87):
a)  Conhecimento da fé: a catequese introduz o cristão no conhecimento do próprio Jesus, das Escrituras Sagradas, da igreja, da Tradição e das fórmulas da fé, particularmente do Credo Apostólico. E, nesse sentido, as fórmulas doutrinais ajudam no aprofundamento do mistério cristão: é a dimensão doutrinal da catequese.
b)  Iniciação litúrgica: para realizar a sua obra salvífica, Cristo está presente em sua Igreja, sobretudo nas ações litúrgicas (SC 7). É tarefa da catequese introduzir no significado e participação ativa, interna e externa, consciente, plena e frutuosa dos mistérios (sacramentos), celebrações, sinais, símbolos, ritos, orações e outras formas litúrgicas. Na catequese primitiva era importante essa introdução no sentido pleno dos sinais e símbolos litúrgicos (mistagogia). Além do mais, a liturgia, por sua própria natureza, possui uma dimensão catequética. A catequese deve ser realizada em harmonia com o ano litúrgico.
c)  Formação moral: uma tarefa importante da catequese é educar a consciência, atitudes, espírito e projeto de vida segundo Jesus. As bem-aventuranças e os mandamentos, lidos e praticados à luz do Evangelho, e com suas conseqüências éticas e morais, tanto pessoais como sociais, fazem parte do conteúdo essencial da educação para as atitudes cristãs, como discípulos e discípulas de Jesus Cristo (cf. Mt 5,3-12; Ex 19; Dt 5,6-21; Mt 25,31-46). A formação para o sacramento da penitência contribui para a formação moral. A coerência da vida dos cristãos com sua fé é sinal de eficácia da evangelização. Somente essa coerência poderá evitar os desvios do materialismo, consumismo, hedonismo e relativismo, e superar as “estruturas geradoras de injustiças” e outras formas impostas a um povo de tradição cristã. É preciso mostrar que a religião, especialmente o cristianismo, é fermento de libertação da pessoa e de transformação da sociedade (cf. DGAE 193).
d) Vida de oração: cabe à catequese ensinar a rezar por, com e em Cristo, com os mesmos sentimentos e disposições com os quais Ele se dirige ao pai: adoração, louvor, agradecimento, confiança, súplica, contemplação. O Pai-Nosso é o modelo acabado da oração cristã (cf. lc 11,1-4; Mt 6,9-13). O catecumenato, conforme o RICA, prevê a entrega do livro da Palavra de Deus, do Credo e do Pai-Nosso. A vida cristã atinge mais profundidade se é permeada por um clima de oração, que tem seu cume na liturgia. A catequese torna-se estéril e infrutífera se reduzida a um simples estudo ou mera reflexão doutrinal.
e)  Vida comunitária: se a fé pode ser vivida em plenitude somente dentro da comunidade eclesial, é necessário que a catequese cuide com carinho dessa dimensão. Os evangelhos ensinam algumas atitudes importantes para a vida comunitária: simplicidade e humildade, solicitude pelos pequenos, atenção para os que erram ou se afastam, correção fraterna, oração em comum, amor fraterno, partilha de bens (cf. At 2,42-47; 4,32-35). O ecumenismo e o diálogo inter-religioso também fazem parte dessa educação para a vivência em comunidade.
f)  Testemunho: a missão do cristão é levar, à sociedade de hoje, a certeza de que a verdade sobre o ser humano só se revela plenamente no mistério do Verbo encarnado. O testemunho de santidade tornará esse anúncio plenamente digno de fé (DGAE 81).
g) Missão: o verdadeiro discípulo de Jesus é missionário do reino. “As comunidades eclesiais tenham viva consciência de que ‘aquilo que uma vez foi pregado pelo Senhor’ deve ser proclamado e espalhado até os confins da terra” (DGAE 25). Não há, portanto, autêntica catequese sem iniciação à missão, inclusive além-fronteiras, como parte essencial da vocação cristã.
Quem é o catequista?
Um operário de Cristo e administrador dos mistérios de Deus. Ora tudo o que se exige dos administradores é que sejam fiéis (1Cor 4,1-2)
O catequista é um autêntico profeta, pois  pronuncia a palavra de Deus, na força do Espírito Santo, fiel à pedagogia divina, a catequese ilumina e revela o sentido da vida.



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